domingo, 23 de março de 2008

Fichamento n°1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Disciplina:História Contemporânea
Professor:Ricardo Castro
Aluna:Naiara Alves da Silva
DRE: 107360698



Berman,Marshall.Tudo que é sólido desmancha no ar-a aventura da modernidade.São Paulo,Companhia de Bolso,2007.Introdução:Modernidade-ontem,hoje e amanhã.pp.24-49


Nessa introdução, o autor preocupa-se em definir modernidade enquanto um estado de transformação constante, e essas mudanças seriam desencadeadas pelo paradoxo contido nesses novos tempos. Em outras palavras, a Modernidade implica um sem-número de incertezas pelo que é, pois a sua própria existência não solidifica coisa alguma-pelo contrário, sentimentos, percepções, conceitos e ideologias modernos representam necessariamente o novo, aquele que se transformou, o de vanguarda, o moderno. Portanto, "ela nos despeja a todos num turbilhão de permanente desintegração e mudança, de luta e contradição, de ambiguidade e angústia". (P.24)
Ao propor uma análise acerca da "dialética da modernização e do modernismo" (P.25), Marshall Berman divide a modernidade em fases: a primeira, do século XVI até o final do século XVII, que se caracteriza como as primeiras percepções do fenômeno do qual não se tinha muita noção. Já a segunda, que se inicia com os movimentos revolucionários de 1790, é a fase em que as pessoas vivem as mudanças de um tempo moderno, mas ainda "lembra[m] do que é viver, material e espiritualmente, em um mundo que não chega a ser moderno por inteiro". (P.26)
E finalmente, a terceira etapa, correspondente ao século XX, representa a expansão do processo de modernização e a "cultura muldial do modernismo em desenvolvimento atinge espetaculares trunfos na arte e no pensamento". (P.26) Todavia, essa grande multidão rompe-se em diversos seguimentos. Com isso, essa era a moderna parece "que perdeu contato com as raízes de sua própria modernidade" (P.26)
Berman caracteriza Rousseau como sendo o primeiro pensador a utilizar palavra modernismo no sentido em que ela será utilizada posteriormente, ao longo dos séculos XIX e XX. Ainda que estivesse na primeira fase desse processo, esse filósofo conseguiu enxergar o turbilhão social que se iniciava e na sua obra A Nova Heloísa, sob a análise de Berman, parece transmitir as percepções de Rosseau sobre esse mundo agitado e novo pois:
Essa atmosfera de agitação e turbulência, aturdimento psiquico e embriaguez, expansão das posssibilidades de experiências, destruições das bareiras morais e dos comprissos pessoais, auto-expansão e auto-desordem, fantasmas na rua e na alma - é a atmosfera que dá origem à sensibilidade moderna. (pp.27-28)
As impressões da segunda fase sob o fenômeno da modernidade e suas implicações foram analizadas por Berman a partir de Nietzsche e Marx. Segundo Berman, Marx acreditava que a vida moderna tinha a contradição arraigada em sua base enquanto Nietzsche, a partir de sua percepção de que os "ideais cristãos da integridade da alma e a aspirações à verdade" levariam "a implodir o próprio cristianismo" (P.31) também concluiu que "as correntes da história moderna eram irônicas e dialéticas" (P.31)
Chegando ao século XX, Berman fala de outras fases do modernismo, como futuristas se caracterizavam pelo louvor à tecnologia moderna.
A segunda metade do século XX teve o movimento modernista divido em três tendências. O afirmativo tinha como preocupação apenas a própria arte. A segunda tendência "deixa de lado toda a força afirmativa e positiva em relação à vida" (P.13) e passa pelo oposto, de interpretação pertubadora a respeito da vida moderna. A terceira, ausente da paixão e da rejeição respectivamente supracitadas "recriou a abertura para o mundo" (P.44) apesar de não ter desenvolvido "uma perspectiva crítica que pudesse esclarecer até que ponto devia caminhar essa abertura para o mundo moderno e até que ponto devia caminhar essa abertura para o mundo moderno tem a obrigação de ver e denunciar os limites dos poderes deste mundo". (P.45)
Berman finaliza seu texto ressaltando a importância de se analisar os modernismos como forma de se compreender melhor não só o passado, mas também os dias futuros.

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